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A culpa materna e como aprender a se acolher na maternidade

A culpa materna é comum, mas não precisa ser um peso. Descubra estratégias práticas e baseadas em evidências para transformar a autocrítica em cuidado e viver a maternidade com mais leveza.

Se tem uma palavra que atravessa tantas mulheres na maternidade, essa palavra é culpa. Ela aparece nas pequenas escolhas do dia a dia e também nos grandes momentos. É a culpa por não ter conseguido engravidar ainda. É a culpa por não ter feito o parto como sonhou. É a culpa por não sentir aquela felicidade imensa quando o bebê chegou. É a culpa por se irritar, por se cansar, por sentir vontade de ter um tempo só seu.

Essa culpa pesa porque a maternidade vem acompanhada de muitas expectativas. O que a sociedade espera. O que a família cobra. O que a própria mulher exige de si. E quando a realidade não corresponde a essas imagens idealizadas, nasce um vazio cheio de perguntas: será que sou suficiente? Será que estou fazendo certo?

O problema é que essa culpa não ajuda a ser uma mãe melhor. Pelo contrário, ela consome energia, alimenta a comparação com outras mulheres e afasta daquilo que realmente importa: estar presente no vínculo com o filho e consigo mesma.

Olhar para essa culpa não significa fingir que ela não existe. Significa dar um passo atrás e se perguntar: de onde vem essa cobrança? É minha, é social, é de um padrão impossível? Acolher esse sentimento é também se permitir ser humana. É lembrar que sentir cansaço, frustração ou ambivalência não diminui o amor, pelo contrário, faz parte da complexidade de ser mãe.

Culpa materna no pós-parto: por que é tão comum?

O pós-parto é um período de intensas transformações físicas, hormonais e emocionais. Estudos em saúde mental materna mostram que até 80% das mulheres relatam sentimentos de inadequação ou insuficiência nesse período. A comparação com outras mães, as cobranças externas e a exaustão aumentam a chance da culpa aparecer.

Como lidar com a culpa na maternidade no dia a dia

A culpa não precisa ser um peso permanente. Existem práticas validadas pela psicologia que ajudam a transformar esse sentimento em cuidado.

  • Nomear o que sente: colocar em palavras os sentimentos diminui sua intensidade. Escreva ou diga: hoje estou me sentindo culpada porque não consegui amamentar como gostaria.
  • Questionar a autocrítica: pergunte se diria a mesma coisa para uma amiga. Normalmente somos mais duras conosco do que com qualquer outra pessoa.
  • Praticar a autocompaixão: substituir a autocrítica por frases de cuidado consigo mesma fortalece a regulação emocional. Tente: estou fazendo o melhor que posso nas condições de hoje.
  • Pequenos momentos de autocuidado: pesquisas em neurociência mostram que até dez minutos de pausa consciente ajudam a reduzir o estresse e favorecem o vínculo mãe-bebê.
  • Compartilhar em rede de apoio: conversar em espaços seguros, seja em grupos de mães ou em psicoterapia, reduz a sensação de isolamento e traz acolhimento.

Autocompaixão: o antídoto para a culpa materna

Transformar a culpa em autocompaixão é abrir espaço para uma maternidade possível. Significa aceitar que não existe perfeição, mas existe presença. Ao se tratar com mais gentileza, a mulher fortalece sua saúde mental e cria um ambiente mais saudável também para o bebê.

Quando buscar apoio profissional

Se a culpa está constante, gerando ansiedade, tristeza ou sensação de insuficiência que não passa, pode ser sinal de que é hora de buscar apoio profissional. A psicologia perinatal oferece um espaço seguro de escuta e estratégias baseadas em evidências para lidar com essas emoções. Você não precisa carregar esse peso sozinha.

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Harmonizar o ser mulher com o ser mãe é encontrar o equilíbrio perfeito onde cada aspecto da vida se entrelaça com carinho e realização, criando um espaço de bem-estar e plenitude.